Taurek x Método do Equilíbrio Reflexivo

Uma pessoa vêm recebendo um medicamento caro, que é necessário para continuar vivo. Chegam outras 5 pessoas, na mesma condição, mas sendo que cada uma necessita somente 1/5 do medicamento para sobreviver. O que fazer?

Aplicar um princípio utilitarista: Salvar o maior número de vidas?

ou aplicar o princípio: Não provocar a morte de outra pessoa?

Como fica o método do equilíbrio reflexivo nesse caso?

O método do equilíbrio reflexivo considera somente as crenças, ignorando assim, as circunstâncias particulares do caso. Não sendo particularista, como o agente decidiria por qual crença seguir?

Existe um passo que antecede a aplicação do método do equilíbrio reflexivo e que é necessário sob o ponto de vista da deliberação moral.

Defendo a ideia de que existem tipos de crenças e que, por isso, não se pode tentar equilibrar crenças de tipos diferentes. Como no caso, uma crença utilitarista com um princípio moral.

É necessário antes que o agente decida que tipo de crença adotar para a situação em particular, considerando as circunstâncias.

O particularismo moral é necessário, antes de tudo, para deliberar se a situação requer um particularismo ou não. Em outros termos, você não pode deliberar se algo é uma exceção ou não à regra sem considerar as circunstâncias do caso.

Cada situação precisa ter suas circunstâncias analisadas para determinar o enquadramento ou não dentro de uma determinada lei. Se esta situação será uma exceção à regra (a lei) ou não. E sendo uma exceção, cabe ou não uma revisão da lei (progresso moral)?

O primeiro passo para deliberar é, então, decidir se a situação segue uma regra (generalização) ou não, neste caso, uma exceção à regra.

Para essa deliberação é preciso ser particularista. Um dos piores erros da generalização é ignorar as circunstâncias (preconceito). Por isso, uma boa deliberação demanda tomar parte das circunstâncias para então decidir se elas caracterizarão ou não uma exceção à regra.