Fichamento: Einstein e o Enigma do Universo : Huberto Rohden

 

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18 O que há de notável, quase incompreensível, nas palavras de Einstein, é o fato de ele afirmar categoricamente que qualquer lei cósmica pode ser descoberta pelo “puro raciocínio”, como ele chama a intuição cósmica; apela para o princípio dedutivo do a priori. Afirma que a intensa concentração mental, a diuturna focalização no UNO do Universo, isto é, na Causa ou Fonte, nos pode revelar todo o mundo do VERSO, dos Efeitos ou Canais. Quando professor da Politécnica de Zurique, na Suíça, causou verdadeiro escândalo entre seus colegas, ao afirmar que o princípio básico de toda ciência superior era a priori-dedutivo, e não a posteriori-indutivo. Em nossa linguagem seria: o último estágio do processo congnoscitivo, vai do UNO ao VERSO, e não vice-versa. O homem deve focalizar a Causa (UNO) e daí partir para os Efeitos (VERSO).
Surge a magna pergunta: Como atingir a causa, a não ser pelos seus efeitos ?
Mas Einstein nega que haja um caminho que conduza dos efeitos para a causa, ou no dizer dele, dos fatos, para os valores. Afirma que o mundo do UNO, da Causa, do Valor, da Realidade, é revelado ao homem, quando ele está em condições de receber essa revelação; o homem não pode causar esta revelação da Realidade, mas deve e pode condicioná-la. “Eu penso 99 vezes, e nada descubro; deixo de pensar e mergulho no silêncio – e eis que a verdade me é revelada.”
27 É um erro supor que Einstein tenha descoberto a teoria da Relatividade por meio de pacientes pesquisas e análises de largos anos. É certo que fez pesquisas, e muitas, mas estas análises por si sós não podem ser consideradas como a causa intrínseca das suas descobertas, são apenas as condições extrínsecas das mesmas.

Mas… agora é que entramos no terreno tenebroso ou penumbral de que muitos leitores nada sabem e nada suspeitam. Por isto, apesar dos pesares, temos que cavar mais fundo e tentar atingir camadas menos conhecidas.

Quem não conhece a diferença entre ego-pensante e o cosmo-pensado não poderá compreender Einstein, nem sua obra. Sobretudo entre as raças mais antigas do globo que conhecemos, entre as quais contam hebreus e hindus, aparecem, de vez em quando, indivíduos intensamente cosmo-conscientes, em que essa consciência prevalece notavelmente sobre a conhecida consciência personal. O povo fala então de homens inspirados, místicos, magos, profetas, etc. O homem ego-pensante, restrito ao seu minúsculo círculo dos sentidos e da mente, não compreende que a razão pode alargar notavelmente este círculo, abrangendo áreas muito maiores da consciência, que costumamos denominar cosmo-consciência.

31 Com Einstein principiou a fase da “ciência integral”; ele inclui no conceito de “ciência” não somente a análise intelectual mas também a intuição racional. Infelizmente, a nossa linguagem habitual confunde inteligência com razão. Os antigos pensadores gregos chamavam nóos (nous) a inteligência, e lógos a razão, e Einstein segue a mesma distinção.

Quando o homem tem um intuição racional, tem ele a impressão de ser invadido por uma força de fora, quando, na realidade, experimenta uma evasão ou erupção de dentro do seu próprio centro cósmico, antes inconsciente, e agora consciente. O que nossos psicólogos costumam chamar o “insconsciente” – é o cosmo-consciente, que é, geralmente, ego-inconsciente. Quando então ess força cosmo-consciente, mas ego-inconsciente, se torna cosmo-consciente no homem, então ele teve sua intuição. O homem meramente intelectual tem apenas o que poderíamos chamar de “ex-tuição”, ao passo que o homem racional tem “in-tuição”, a visão de dentro, que parece ser uma invasão de fora. Para que a intuição possa funcionar, a ex-tuição tem de ser reduzida ao mínimo, mesmo a zero.

37 Há um processo que eu, na minha filosofia cósmica, denominei ego-pensante, e outro processo que designei pelo termo de cosmo-pensado.

No primeiro caso, confia ao homem exclusivamente no poder do próprio pensamento, da sua egoidade humana, da sua atividade cerebral. O resultado desse esforço é diretamente proporcional ao esforço despendido. Mas, como o ego é uma “peça secundária do cosmos”, como diz Arnold Toynbee, e representa uma parcela infinitesimal do imenso cosmos, é natural que este resultado da ego-pensação não possa ser grande, que deva ser como um átomo em comparação com o Universo.

Este processo ego-pensante é o único que a maioria da humanidade conhece. Há, certamente, variantes nesse processo; há homens dotados de um poder ego-pensante de 1%, de 10%, de 50%, etc; mas, em qualquer hipótese, a proporção é infinitamente pequena em comparação com o imenso poder cósmico. Um pirilampo pode ter lanternas fosforecentes maiores ou menores – mas, que é isto em face da imensa claridade do sol em pleno meio-dia ?

Há, todavia, uns pouquíssimos homens cosmo-pensados. Não são eles que com o poder do eu ego pessoal pensam, mas são pensados pelo poder do cosmos, pela alma do Universo, suposto que eles permitam essa cosmo-pensação.

Este processo consiste em uma espécie de alargamento dos canais humanos para que as águas vivas da Fontes Cósmica possam fluir livramente por eles.

Neste caso é o UNO do Universo,a alma invisível do Todo, que entra em ação, ao passo que os canais do VERSO funcionam apenas como simples recipientes, veículos e transmissores.

Quando o homem deixa de ser ego-pensante e passa a ser cosmo-pensado (também cosmo-vivido e cosmo-agido), sabe dos mistérios do cosmos mais do que através de 50 anos de ego-pensação.

E quando, depois, os ego-pensantes tentam explicar como o cosmo-pensado chegou a certos resultados, para eles incompreensíveis, perdem o seu tempo em hipóteses e conjecturas inúteis.

Entretanto, por via de regra, o próprio cosmo-pensado gastou longos anos e árduos esforços na penosa perenigração da sua personalidade ego-pensante.

Einstein afirma de si mesmo: “Eu penso 99 vezes e nada descubro; deixo de pensar – e eis que a verdade me é revelada”.

46 O talento, quando é unilateralmente intelectual, não abre os canais para a invasão da alma do Universo, ao passo que o talento-g~enio constrói condutores idôneos para o influxo das águas da Fonte Cósmica.

Por isso, todo o verdadeiro gênio é humilde, não por virtuosidade moral, mas pelo impulso da própria realidade: sabe que não é ele a fonte plena, senão apenas um canal vazio para plenitude cósmica.

47 Tenho sido perguntado repetidas vezes se a ciência leva a Deus. Respondo que a ciência pode ser uma seta no caminho que aponta para Deus – mas, segundo as palavras do próprio Einstein, do mundo dos fatos não conduz nenhum caminho para o mundo dos valores, porque estes vêm de outra região. Einteins traça o diagrama de duas linhas paralelas, ciência e religião, que não se encontram, porque operam em dimensões diferentes: a ciência trata apenas dos fatos (das was ist), a religião trata dos valores (das was sein sole). Os fatos finitos da ciência não podem conduzir ao valor infinito da consciência, deveríamos optar pela consciência, porque ela conduz à realidade do valor.

O melhor seria pôr a ciência a serviço da consciência, os fatos a serviço dos valores.

61 O mistério do silêncio

Para o homem profano e inexperiente, o silêncio é uma simples ausência de ruídos, sobretudo de ruídos físicos. E, como o ego humano vive no ruído e do ruído, o silêncio representa para o homem profano a morte. O homem comum se afoga literalmente no oceano pacífico do silêncio.

Silêncio é receita – ruído é despesa. E quem tem mais despesas que receitas abre falência. Aliás, esta nossa pobre humanidade de hoje que está permanentemente falida.

Meditar não é pensar. Meditar é esvaziar-se totalmente de qualquer conteúdo do ego e colocar-se, plenamente consciente, como canal vazio, diante da plenitude da Fonte, ou em linguagem da Sagrada Escritura: “Sê quieto – e saberás que Eu sou Deus”. Ou ainda: “Deus resiste aos soberbos (ego-plenos) e dá sua graça aos humildes (ego-vácuos)”.

O silêncio-presença e o silêncio-plenitude são uma ausência e uma vacuidade do ego humano que tem intenso desejo da Teo-presença e da Teo-plenitude.

Pela vacuidade do silêncio prolongado, a plenitude da alma flui irresistivelmente para dentro da vacuidade do cosmos humano.
O silêncio é a linguagem do espírito – que é interrompido pelo falar.

Nunca vi homem mais silencioso do que Einstein.

63 [ A cosmo-plenitude invadindo a ego-vacuidade ]

O Cosmos ou Mundo é um sistema bipolar, composto do UNO da causa e do VERSO dos efeitos. O UNO pode também ser chamado Fonte, e o VERSO são os canais.

A única fonte do UNO se efunde pelos canais múltiplos do VERSO. O UNO é o mundo da Causa Infinita, o Verso é o mundo dos efeitos finitos.

Dissemos que o homem, para intuir ou ver de dentro a verdade integral, deve identificar-se totalmente com o UNO, a Causa, a Fonte, a Realidade, o Infinito; só assim poderá ter uma visão total e adequada de todo o VERSO das coisas finitas, creadas.

Mas como esta total identificação do UNO não obedece a um processo de finitos – porquanto o UNO da Realidade infinita não é o resultado ou a soma total de todas as partes do VERSO – surge o tremendo paradoxo, ou antes o ominoso enigma: “de que modo alcança o homem a posse do UNO, uma vez que não o alcança pela soma das partes do VERSO ?”

Frisamos, desde já, que esta é certamente a mais obscura de todas as perguntas da filosofia e da religião.

Aqui estamos, à primeira vista, diante de um impasse sem nenhuma solução. E a resposta final seria um total desespero: nenhum homem poderia alcançar Deus, ou seja, a Verdade. E por mais obscuro que pareça, nós de serena e tranqüila consciência, aceitamos este tremendo absurdo: nenhum homem pode alcançar Deus, a Verdade, a Redenção.

Felizmente existe outra alternativa, gloriosa e redentora, mas que é conhecida de pouquíssimos. O grosso da humanidade julga poder alcançar Deus ou a Verdade pelos seus esforços pessoais; outros acham que Deus salva arbitrariamente pela sua graça os que ele quer, deixando perecer os outros.

A filosofia Univérsica, porém, não endossa nenhuma destas alternativas.

É absolutamente impossível, em face da mais pura lógica e da mais genuína matemática, que um ser finito possa, com a soma total dos seus recursos finitos, alcançar um alvo infinito.

“Nenhum homem pode atingir Deus. Mas… Deus pode atingir o homem.”

É diametralmente contrário à matemática que algum finito atinja o Infinito – mas é perfeitamente lógico, dentro da mais rigorosa matemática, que o Infinito atinja o finito.

Deus pode invadir o homem, suposto que o homem seja invadível.

O homem não pode ser a causa, autor dessa invasão divina – mas pode ser condição ou canal dessa invasão. O homem não pode iluminar sua sala com luz solar, mas pode abrir uma janela para que o sol a ilumine.

65 [ A cosmo-plenitude invadindo a ego-vacuidade ] – II


Em que consistem essas condições propícias ?

É necessário lembrar que o UNO do Universo é absoluto e eterno silêncio, e tanto mais favorável é a invasão do UNO no VERSO quanto mais silencioso for este. Por via de regra, o VERSO é ruído – ruído material, mental e emocional.

Na razão direta que o VERSO (ego) diminuir os seus ruídos, tanto mais facilmente pode ser invadido pelo silêncio do UNO.

O silência do VERSO (ego) creado pelo UNO (Eu) é 100% consciência e 0% pensamento.

Perfeitamente silencioso é aquele que tem 100% consciência do seu Eu cósmico e 0% de pensamento do seu ego humano.

O matemático capaz de impor silêncio total ao seu ego empírico-mental e permitir a voz total do seu Eu racional, esse está na fonte de todos os conhecimentos; enxerga de cima, de uma visão cosmorâmica, todas as baixadas das leis cósmicas.

Quando, finalmente, o homem assim treinado pode dizer: os atos que eu faço não são meus, mas são da minha atitude; de mim mesmo, do meu ego pessoal, eu nada posso fazer, quem faz estes atos é o meu Eu cósmico – então ele enxerga ele o Universo todo das alturas do UNO e todas as coisas do VERSO lhe são fáceis e evidentes. Do Everest da sua cosmo-visão vê todas as encostas e baixadas dos seus Himalaias, que se lhe tornam absolutamente claras e sem mistério.

E então o homem univérsico tem a visão unitária de todas as diversidades.

Não cremos que sem esta visão unitária dos Cosmos, nascida de um grande e prolongado silêncio, possa ser devidamente compreendida a Teoria da Relatividade de Albert Einstein.

 

73 [ Da monarquia solar de Newton para a cosmocracia universal de Einstein ]

Uma colméia é a perfeita imagem de uma “anarquia cósmica”, isto é, uma perfeita ordem e harmonia sem nenhum governo externo; o sem-governo (anarquia) se refere a um fator extrínseco, mas o governo (autarquia) está dentro de cada abelha.

É a consciência apiária que governa, e, por isto, não há necessidade de uma organização externa.

Se o homem fosse governado pelo seu princípio cósmico, por seu Eu verdadeiro, não necessitaria de nenhuma organização engendrada pelo ego, sempre tão precãria; não necessitaria nem de monocracia (monarquia ou ditadura) nem de democracia, mas a consciência cósmica lhe daria perfeita harmonia individual e social.

80 [ Assim era Einstein ]

Imensamente grande é a legião dos profanos.

Pequena é a elite dos gênios e dos místicos.

Raríssimos são os homens cósmicos capazes de viver simultâneamente no mundo da Realidade e no mundo das Facticidades.

83 [ Newton, Einstein, Plack ]

Albert Einstein substitui o Universo estável de Newton por um Universo instável. Para Einstein, nada é fixo, tudo é móvel; nada é absoluto, tudo é relativo. Tempo e espaço não são duração e dimensão estáticas, definidas, mas algo dinâmico, indefinido. Tudo está em perpétuo fluxo, efluxo, influxo, refluxo. Mais do que nunca se comprovou na Teoria da Relatividade a palavra do filósofo grego Heráclito de Éfeso, “panta rhei”, tudo flui. Ninguém pode, dizia Heráclito, tomar banho duas vezes no mesmo rio, porque o rio de ontem não é o rio de hoje, e o de hoje não é o de amanhã. O rio não é um estático ser, mas um dinâmico agir, ou devir; podem as suas margens ser fixas, mas as suas águas, que são o rio, estão em perpétuo processo de mutação e transição. Esta é a concepção mais exata da Relatividade: tudo flui, nada pára.

93 [ Uma nova concepção do Universo: o átomo metafísico ]

Uma das controvérsias básicas gira em torno da própria concepção tradicional do Universo.

Através da correspondência epistolar de Einstein com alguns dos maiores corifeus da Era Atômica, período que abrange cerca de 30 anos, se verificou a discussão de duas teses flagrantemente antagônicas uma à outra. Einstein é ferrenho adepto da tese tradicional de que o Universo todo é regido por uma causalidade absoluta, que tem como corolário a lei da constância da energia, segundo o qual “nada se crea de novo nada se aniquila, tudo apenas se transforma”.

Segundo esta concepção, não existe na natureza um poder creador; nada existe hoje que não tenha existido ontem e que não continue a existir amanhã. A soma total dos fenômenos que hoje existem sempre existiram e sempre existirão; a soma total dos fenômenos é constante e invariável na sua essência, embora as suas formas existenciais possam passar pelas mais diversas mutações.
A outra tese, apresentada por Max Planck, Niels Bohr e outros, apoiada em recentes experiências científicas, inclina para a opinião de que há aumento (e, possivelmente, diminuição) de energias no Universo; que a soma total dos fenômenos não é constante, mas mutável.

Aqui começa a grande bifurcação entre o conceito de uma física estática e de uma metafísica dinâmica. É matematicamente certo que nenhuma causa pode produzir um efeito maior que ela mesma. Assim por exemplo, uma causa equivalente a 100 não pode produzir um efeito igual a 200, uma vez que ninguém dá o que não tem; o 200 não está totalmente incluso no 100; o 100 só pode dar 100 e não 200.

Se, como as experiências provam, um átomo (causa) pode emitir radiação energética (efeito) por milhares de anos, equivalente a algo incomparavelmente superior ao potencial do átomo, então esse átomo não pode ser considerado como a causa física e estática do referido efeito. Esse átomo deve ser considerado como uma manifestação de algo não-físico e não-estático.

A supracitada lei da causalidade mecânica e da constância das energias é uma lei da física, derivada de experiências empíricas de laboratório, e, como tal, tem validade. Mas não tem validade em se tratando de algo não-físico, não-material. Algo ultra-físico (ou meta-físico) não está enquadrado nessa lei, derivada da física.

95 [ Uma nova concepção do Universo: o átomo metafísico ] – II

Os que estranham que algo no Universo possa não ser causado, entendem por “Universo” apenas o “Verso”, o aspecto finito, e ignoram o “Uno” que, evidentemente, não é causado, mas causante. Daí, essa pergunta que sempre aparece de novo nos jornais e nas revistas: o Universo é finito ou infinito ? Nós, da Filosofia Univérsica, tomamos a sério a palavra “Universo”, como causa e efeito, como finito e Infinito.

Chegamos, assim, à conclusão estanha de que o chamado átomo é antes uma realidade metafísico-racional do que uma facticidade físico-material, e que a visão genial de Demócrito não era uma utopia, mas algo altamente real. As nossas experiências atômicas, tendo por base um átomo divisível (não atômico) é que são pseudo-realistas.

A Realidade não é material nem divisível, porém mental e indivisível.

96 [ Uma nova concepção do Universo: o átomo metafísico ] – III

Sendo o Universo “Uno” em sua causa metafísica, e “Verso” nos seus efeitos físicos, segue-se que o Uno metafísico-dinâmico pode produzir sempre novos aspectos do Verso físico-estático. O Uno, sendo infinita qualidade, pode produzir sempre novos Versos de quantidades finitas, porquanto a qualidade não se esgota nem diminui pela emissão de quantidades, porque a qualidade está em um outra dimensão não atingível pelas quantidades.

102 [ Einstein e a Filosofia Univérsica ]

Para o homem primitivo, guiado somente pelos sentidos, é o mundo apenas Verso, diversidade, sem nenhuma unidade.

Para o homem intelectualizado é o mundo uma imensa variedade de coisas com alguma unidade.

Mas para o homem intuitivo é o mundo a mais perfeita unidade na mais vasta pluralidade, unidade da causa na multiplicidade dos efeitos. Um perfeito UniVerso.

105 [ Tenho como verdade que o puro raciocínio pode atingir a realidade segundo o sonho doa antigos ]

A análise indutiva é necessária como condição – não é suficiente como causa.

Quem quer luz solar em seu quarto deve abrir uma janela; essa abertura de janela é uma condição necessária, mas somente o sol é a causa suficiente para a iluminação da sala. A condição externa é necessária para que a causa interna possa funcionar.

Análise mental é condição necessária para que a intuição cósmica funcione como causa.

Para que o cosmos possa fazer sua parte, eu devo fazer a minha parte – tudo funciona em permanente bipolaridade.

106 [ Tenho como verdade que o puro raciocínio pode atingir a realidade segundo o sonho doa antigos ] – II

Todo processo empírico-analítico é uma engenharia de construção de canais, é um processo factivo – ao passo que o processo intuitivo é um influxo do conteúdo da fonte, um processo receptivo, um movimento da Realidade cósmica para dentro da Facticidade humana.

Quem se torna receptivo recebe.

O recebido está no recipiente segundo o modo do recipiente.
O recipiente não causa o recebido, mas condiciona o recebimento do recebido. A Realidade Cósmica é infinita – mas a facticidade humana recebe algo dessa Realidade de acordo e proporcionalmente à capacidade e ao modo peculiar do recipiente.

Nenhum Finito vê a Realidade Infinita assim como ela é, mas sim assim como ele, o Finito é. A Infinita Realidade aparece finitamente em qualquer Finito.

Eu não percebo a Infinita Realidade assim como ela é – mas assim como eu sou.

163 [ Artigos, Pensamentos de Einstein sobre Ciência, Filosofia e Religião ]

“Educação em vista de um pensamento livre”

Não basta ensinar ao homem uma especialidade. Porque se tornará assim uma máquina utilizável, mas não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. A não ser assim, ele se assemelhará, com seus conhecimentos profissionais, mais a um cão ensinado do que uma criatura harmoniosamente desenvolvida. Deve aprender a compreender as motivações dos homens, suas quimeras e suas angústias para determinar com exatidão seu lugar exato em relação aos seus próximos e à sua comunidade.

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