ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA
GRAU A
Ubirajara Theodoro Schier
Corneluis Castoriadis – O Ascenso da Insignificância
As Encruzilhadas do Labirinto IV
Questão 3: Explique o sentido que Cornelius Castoriadis dá aos conceitos: imaginação radical, imaginário social, imaginário social instituído e imaginário social instituinte. Faça citações textuais da obra de Castoriadis: “Antropologia, filosofia, política”. IN. Id. As encruzilhadas do labirinto. O ascenso da insignificância.
“A partir destas constatações, podemos colocar como característica essencial do homem a imaginação e o imaginário social. O homem é psyché, alma, psique profunda, inconsciente; e o homem é sociedade, ele só existe em e por meio da sociedade, de sua instituição e das significações imaginárias sociais que tornam a psique apta para a vida.” (CASTORIADIS, pg.129)
“Para além da biologia que, no homem, ao mesmo tempo persiste e encontra-se irremediavelmente desregulada, o homem é um ser psíquico e um ser sócio-histórico. E é nestes dois níveis que encontramos a capacidade de criação, que chamo de imaginação e imaginário. Há a imaginação radical da psique, ou seja, o surgimento perpétuo de um fluxo de representações, de afetos e de desejos indissociáveis; se não compreendermos isto não compreenderemos nada sobre o homem.” (CASTORIADIS, pg.129-130)
Conceito 1: Para Castoriadis, o homem possui duas dimensões, que, pode-se entender como sendo a dimensão da alma, da mente e do espírito e a dimensão social. Quando à capacidade criadora do homem que ocorre em sua dimensão psíquica, Castoriadis chama de imaginação radical e, para a que ocorre em sua dimensão sócio-histórica, imaginário social.
“A linguagem nos mostra o imaginário social em ação, como imaginário instituidor, colocando ao mesmo tempo uma dimensão estritamente lógica, que denomino conjunto de identificação; e uma dimensão propriamente imaginária, pois na linguagem e por meio dela são definidas as significações imaginárias sociais que mantêm a sociedade unida: tabu, totem, Deus, polis, nação, riqueza, partido, cidadania, virtude ou a vida eterna.” (CASTORIADIS, pg.130)
“Esse imaginário social que cria a linguagem, que cria as instituições, que cria a própria forma de instituição – que não tem sentido na perspectiva da psique singular – nós só podemos pensá-lo como a capacidade criativa do coletivo anônimo, que se realiza a cada vez que os seres humanos se reúnem, e assume uma figura singular, instituída para existir.” (CASTORIADIS, pg.130)
Conceito 2: Para Castoriadis, o imaginário social instituidor (ou instituinte) é o imaginário social em ação, ou seja, é o processo criador da dimensão sócio-histórica do homem em atividade. Como resultado, o imaginário social instituído é a produção desta capacidade criativa que, derivada da dimensão sócio-histórica do homem, será sempre algo que terá sentido apenas coletivamente, nunca singularmente.
Corneluis Castoriadis – O Ascenso da Insignificância
As Encruzilhadas do Labirinto IV
Questão 4: Explique a relação que existe, segundo C. Castoriadis entre a criação, a imaginação, o simbolismo e a sociedade. Em que sentido Castoriadis afirma que: “Tudo que se nos apresenta, no mundo social-histórico, está indissoluvelmente entrelaçado com o simbólico”. Faça citações textuais da obra de Castoriadis: “Antropologia, filosofia, política”. IN. Id. As encruzilhadas do labirinto. O ascenso da insignificância.
“Para além da biologia que, no homem, ao mesmo tempo persiste e encontra-se irremediavelmente desregulada, o homem é um ser psíquico e um ser sócio-histórico. E é nestes dois níveis que encontramos a capacidade de criação, que chamo de imaginação e imaginário.” (CASTORIADIS, pg.129-130)
Conceito: Para Castoriadis, criação é uma capacidade do homem que pode se dar em duas dimensões. Quando ocorre em sua dimensão psíquica, denomina-se imaginação. Em outras palavras, imaginação é a uma criação da psique do homem.
“Esse imaginário social que cria a linguagem, que cria as instituições, que cria a própria forma de instituição – que não tem sentido na perspectiva da psique singular – nós só podemos pensá-lo como a capacidade criativa do coletivo anônimo, que se realiza a cada vez que os seres humanos se reúnem, e assume uma figura singular, instituída para existir.” (CASTORIADIS, pg.130)
Conceito: A linguagem, enquanto algo criado pelo imaginário social, é algo em sua essência, simbólico. Como produto do imaginário social, a linguagem é algo produzido pelo homem em seu domínio sócio-histórico, algo que, portanto, além de simbólico só existe quando em uma sociedade.
“Tudo que se nos apresenta, no mundo social-histórico, está indissoluvelmente entrelaçado com o simbólico”
“pois na linguagem e por meio dela são definidas as significações imaginárias sociais, que mantêm uma sociedade unida: tabu, totem, Deus, polis, nação, riqueza, partido, cidadania, virtude, ou a vida eterna. A vida eterna é, evidentemente, mesmo se ela “existir”, uma significação do imaginário social, pois jamais alguém exibiu ou demonstrou matematicamente a existência de uma vida eterna.” (CASTORIADIS, pg.130)
Conceito: Para Castoriadis não pode haver algo criado pelo homem sócio-histórico que não seja dotado também de um sentido simbólico. A criação de algo por meio do imaginário social necessariamente é provido de um conceito, uma ideia, um simbolismo comum entre os indivíduos de uma sociedade. Uma igreja, um banco, ou qualquer outra instituição criada em sociedade, carrega em si também um sentido simbólico singular e também coletivo.
REFERÊNCIAS
CASTORIADIS, Cornelius. As Encruzilhadas do Infinito IV – A ascensão da insignificância. [tradução de Regina Vasconcellos]. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
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